No meio da devastação que a vida por vezes se torna é possível manter-se de pé, mesmo quando se espera por algo irreal e indefinido, algo incontrolável e mais forte do que é permitido suportar. Quando as armas acabam por ceder e tudo aquilo com que se estava habituado a lutar é roubado, a vontade que assola o ser humano é a de gritar a plenos pulmões que não somos de ferro, que nos salvem, que nos apoiem, que não nos prendam às teias que a vida tece...
E é aí que se percebe que, mesmo rodeados de uma imensidão de almas igualmente perdidas, nos encontramos sós, nos encontramos a lutar sozinhos, lutas que mais ninguém pode travar...
Perdidos e no meio do desespero agarramo-nos àquilo que parece a luz ao fundo do túnel, à salvação emergente do meio da confusão.
E é nesse preciso momento, que se sente de novo um arrepio de esperança. É a partir dai que reconstruímos a confiança em nós próprios, é aí que percebemos que temos mesmo que nos aguentar e lutar, agarrar tudo o que nos é possível para continuar vivos! É nesse momento que percebemos que é urgente soltar as amarras da desilusão e da mágoa, para que nesse mesmo espaço comece a crescer a confiança, a segurança, a firmeza...
É o caminho mais difícil de traçar, é o caminho que o errante escolhe percorrer, para ser um sobrevivente e não apenas um mero espectador da vida, não adianta sentar no sofá a fazer zapping, temos que escolher o canal e enfiar a cara dentro para resolver o que ficou pendente.
Se é fácil? Nem por isso! Mas também nunca ninguém disse que o seria!
"Remember all the sadness and frustration
And let it go
Let it go"
1 comentário:
Posso estar enganado, mas a sensação que tenho é a de que há duas certezas na vida.
Uma é a morte a que ninguém escapa.
Outra é a de que estamos muito mais sós do que parece. Só quando encontramos dificuldades a vencer, é que sentimos a distância que nos separa dos outros.
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